As suas mãos entram na terra escura como um
carinho afável, mas também com a vontade típica de ardentes amantes que se
tocam. É preciso recuperar aquela parte do jardim, o jardim que é somente seu e
cuja beleza relaxa os olhos como um sonho.
Ela não consegue encontrar na memória o
momento exato em que se apaixonou por aquele jardim, ele é uma extensão de sua
existência. A manutenção do jardim lhe traz uma harmonia consigo mesma.
25 anos de idade ela possui com muitos
desejos e expectativas na vida. A fúria de um conjunto de dúvidas lhe estremece
o discernimento, e longe do jardim ela sente a loucura chegando aos poucos. Mas a
terra do jardim está ali, e tocá-la ou fazer nela florescer mais um ramo, lhe
devolve a razão, uma razão tranquila.
Os tormentos de sua mente se configuram por
conta de fantasmas que plantam sementes de angústia e incertezas. Ela tem certeza
de que provém de fantasmas, pois somente esses seres são capazes de nos
assustar.
E o seu maior susto foi quando sentiu que o
futuro parecia ruir bem na frente dos seus olhos.
A partir daí a força do jardim lhe deu forças. Numa
manhã de muito calor ela deitou no meio do seu próprio jardim e descobriu que assim os fantasmas não se aproximariam.
Hoje o jardim parece cansado.
Ela
consegue recuperar a parte danificada, porém do outro lado algumas flores não
desabrocharam. Ela sente uma tristeza.
2 comentários:
"Jardim", acho que de uma forma ou de outra todos temos um!!! O Problema é sempre esse, o nosso descuido.
Bem obserado Amanda, às vezes o descuido traz tristezas para a beleza de um jardim...
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