16 fevereiro 2011

Energias

Sim, era uma lanterna que ela tinha em suas mãos. O escuro a absorvia por todos os lados. E tudo que lhe restava era a duração das pilhas daquela lanterna.

Sem parar um instante sequer, ela continuou caminhando pelos indecisos caminhos da escuridão. A todo momento se perguntava por que tanta desconfiança em si mesma. Não conseguia ter resposta nenhuma, no fundo ela não se conhecia. Uma vida inteira longe de sua própria alma.

Ela começou a cantarolar uma bonita música. Gostou de pensar na possibilidade de forçar uma beleza mínima naquele caos em que vivia.

As pilhas chegaram ao fim de suas vidas úteis.

Não havia mais nada para ver. A cegueira forçada lhe impedia de caminhar. Muitos sinos tocaram e ela retomou a canção. Sua voz exprimia tristeza.

Sim, somos tristes.

Ela cantarolava a canção com uma voz miúda. Deixou os braços abertos para sentir o vazio em sua volta. Ela desistiu.

A consciência de sua distância perante tudo e todos lhe apertou o peito.

Sim, te desejo perto de mim, não me deixe na escuridão. Minha alma se iluminará ao seu lado.

4 comentários:

camille sülzer rios disse...

nossa que lindooo!

Amanda disse...

Bom dia!
Que bom acordar lendo coisas boas, que fazem a gente pensar ainda quando o raciocínio ainda está marcha lenta... Se eu pudesse emprestaria minha pilha pra ele colocar na lanterna, já estou a mil!!!
Adorei!
Beijos

William Hinestrosa disse...

Legal Amanda, fico feliz que tenhas curtido o texto, acredito que ele possua várias coisas bem significativas
beijos

Paloma disse...

Subjetivo e lindo!
bjs