Era o ano de 1994, o gerente da locadora em que eu trabalhava sugeriu que assistisse a um filme chamado "Cães de Aluguel". No dia seguinte, cheguei para trabalhar extremamente entusiasmado com o que eu havia visto e falei para o gerente: eis o novo Scorsese!
A partir de então, o diretor desse filme, Quentin Tarantino, entrou em definitivo na minha lista de favoritos.
E o que me fez conectá-lo com Scorsese não foi somente o apuro nas cenas de violência, mas principalmente a montagem de Sally Menke. Uma das sequências que mais me impressiona até hoje em "Cães de Aluguel" é aquela em que Mr. Orange (Tim Roth) está sendo treinado por um agente negro para saber inventar e contar histórias de forma convincente, eis que entra a maestria de Menke. Ao longo dessa narrativa mesclam-se flash fowards com flash backs e bum... lá estamos divdindo a personalidade de Mr. Orange, entramos em sua essência através de uma contrução de cenas com ritmos e cortes precisos, considero uma das soluções mais magníficas para um vai e vem não linear.
Com tristeza recebi a notícia do falecimento de Menke no dia 27 de setembro, mas sua obra ficou. Com certeza junto com Thelma Schoonmaker, a fiel escudeira montadora de Scorsese, Sally Menke está no mais alto patamar da montagem no cinema.
Sally, nunca tive a oportunidade de te falar pessoalmente, mas tu és uma mulher de belos cortes. Au revoir.
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