07 setembro 2011

Jardim

Renata casou com Fernando e agora esperava por seu primeiro filho, se nada de inesperado acontecesse, daqui a 3 meses ela o teria em seus braços. Mas sempre tem uma amiga que lança alguma coisa nos pensamentos e daí em diante coisas irreais podem parecer muito reais.

Joana estava com quase 40 anos e três filhos em um único casamento, se considerava apaixonada pelo seu marido, mas disse a Fernanda que estava desconfiada de alguma coisa pois encontrou pequenas manchas de sangue em suas camisas. Ao perguntar para o esposo o que aquilo significava ele disse que havia se cortado com papel, afinal ele é dono de uma gráfica. Joana não iria sossegar até descobrir a verdade.

Dias se passaram até que Fernando, marido de Renata, começou a ter fortes ataques de tosse. Quando começava ele sempre corria para o banheiro. Num desses ataques, Renata entrou no banheiro logo depois que ele saiu e encontrou gotas de sangue na pia. Assustada, ela correu até o marido e perguntou sobre o que acabara de ver, ele disse que não estava expelindo sangue nenhum, ela o levou até a pia e mostrou a ele. Fernando a segurou pelos braços, deu-lhe um beijo na boca e disse: "Você precisa descansar!". Não havia sangue.

A tosse de Fernando foi piorando, o diagnóstico do médico apontou uma virose e que logo ia sarar. Renata ficou temerosa de que algo pior estivesse acontecendo com o seu marido, longas discussões aconteciam e mais gotas de sangue ela via não somente na pia, mas também nas roupas dele. Renata estava entrando em parafuso.

Num domingo de sol, Renata se levantou da cama e encontrou o marido preparando a mesa do café. Ele disse a ela: "A tosse passou." Ela sorriu e eles se beijaram.

Durante o café Fernando limpou sua boca com um guardanapo de papel. Os olhos de Renata se arregalaram. Havia manchas de sangue no guardanapo. Renata desmaiou.

Tudo seguiu em frente, veio o bebê, tiveram mais filhos e nunca mais conversaram sobre a tosse de Fernando, que antes dos 50 sofreria com duas pneumonias em tempos de inverno.

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