09 setembro 2011

Nossos últimos dias

Ela estava em frente ao portão de madeira, havia tocado a campainha por três vezes e nenhuma resposta. Apenas o forte latido de um cão do outro lado do portão.

Ela lembrou que não tem medo de cachorro, mas aquele latido parecia tormentar muito a sua cabeça. Era uma nítida comprovação de sua ansiedade.

Pela quarta vez ela tocou a campainha, e após um tempo ela escutou passos vindo em direção ao portão. O cachorro não parava de latir.

Antes da chave abrir o portão, ela lembrou dos nossos últimos dias.

A lembrança carrega intensidade, algo mais pulsante que a mera sensação de um momento. Mas será que ela existe para ativar o que se define como saudade? Ela rememorou tudo e quis sorrir, procurou fugir de qualquer metafísica que poderia tirar a boa simplicidade daqueles dias, desejou apenas lembrar para não esquecer.

O portão abriu e o cachorro parou de latir.

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