05 setembro 2010

Disforme

No meio do salão de festas estava a última cadeira de um prédio abandonado. A jovem mulher de cabelos castanhos sabia que o seu vazio se encontrava muito além daquelas paredes frias e destruídas pelo tempo. A visita durou pouco menos de cinco minutos. Ela foi embora.

A incompreensão do próprio passado distorceu todas as lembranças. Uma confusão de todos os seus atos percorreu sua mente, parecia que nada lhe escapava e todos os seus erros mergulharam sua alma num poço de desespero.

Era preciso resistir.

Numa ilha distante ela se isolou e escreveu suas memórias.

Num sonho encontrou o beijo que sempre quis.

Um comentário:

Camila Lima disse...

Quantas vezes por dia não passamos por isso, e a única esperança que nos resta é tentar sonhar com esse beijo.
Lindo texto, tanta coisa pra pensar. Só exercite com mais frequência esse hábito, me tornei leitora assídua, rs....bjos