16 setembro 2006

Um breve pensamento politico

Entraremos na terceira semana de setembro de 2006, vésperas de eleições gerais no Brasil, época em que o debate político se faz presente, de forma não tão ampla, mas com um vigor que em tempos fora de eleições não ganha todo esse dinamismo. Eis a preocupação.

O que significa participar da vida política de seu país? No processo democrático establecido, o instrumento para esta participação é a escolha da população de seus representantes através do voto, mas isto é tudo? Vivemos numa sociedade onde os partidos políticos operam para fazer política nas instâncias de representações eleitas pelo voto (governo federal e estadual, prefeituras, congreso, câmaras de deputados e de vereadores), e este "fazer política" consiste em estabelecer projetos e propostas capazes de promover o desenvolvimento seja de um estado, município ou país. Pensar na importância de um partido político talvez fosse uma primeira ação de participação, mas acredito que isto seja realmente esquecido não somente em tempos de eleições, mas principalmente, e isto que considero mais grave, nos anos em que não temos eleições.

Esta semana me dei conta do seguinte: Lula praticamente certo como eleito no primeiro turno, porém para governador o PT deverá ser vencedor em dois estados (Acre e Piauí) e com possibilidades em Pernambuco e Rio Grande do Sul. Por que acreditar num partido à frente do país e não à frente do estado? Uma resposta imediata seria que isto representa a democracia em sua melhor forma, ou seja a diversidade de opções e de projetos de governo não conduz a um pensamento único, foi sonhando com esta realidade que poderíamos até arriscar que muitos morreram nos porões da ditadura, mas isto é uma outra história. Voltando, por outro lado temos Serra também praticamente dado como eleito em primeiro turno, Aécio Neves com 70% das intenções de votos e FHC, em uma carta de forte repercussão, clamando à militância e aos eleitores do PSDB para que observem sua posições para uma forte autoavaliação com vistas para 2010. E outro fator que pairou nos meus pensamentos foi o fato de que é quase consenso que Aécio Neves deverá ser o presidente do país eleito em 2010.

Com essas coisas todas em meus pensamentos articulo que há um trabalho precário de militância política, não se pensa nos partidos políticos como reais instrumentos de organização de propostas e condutas para a viabilização de projetos que fornecerão os rumos econômicos e sociais do país. Temos ainda uma opinião pública que julga constantemente seus representantes por sua postura moral, avaliam que tomar um porre com frequência é mais indigno que negociar privatizações sem discussão aberta com todos os setores políticos do país. Mensalão é a palavara da vez, mas sair acusando quem sabia ou quem não sabia é um modo muito precário de se indignar, não reconhecer o trabalho da polícia federal que desmancha, com operacões de todos os títulos, esquemas gigantescos de fraudes e desvios de dinheiro público é se afastar de uma real avaliação de um governo que vai ser reeleito. Nas discussões sobre o cenário político brasileiro há muito mais julgamentos de valores do que avaliações políticas para uma efetiva participação seja através do voto seja através de uma militância partidária.

Pelas pesquisas o PT continuará no Acre e no Piauí, PSDB em Minas Gerais e em São Paulo. Espero sinceramente que isto não signifique continuísmo. Só pra lembrar: as pesquisas também apontam o PFL novamente na Bahia!

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