04 dezembro 2008

Cabelos castanhos com luzes

Fazia muito calor.
Maria estava completamente suada. Não havia dançado, encontrava-se ali apenas para encontrar uma amiga de sua confiança. O lugar era muito abafado.

Cerca de 30 minutos antes, Maria fechava uma porta atrás de si, um estrangeiro lhe devia dinheiro e disse que não lhe pagaria nenhum tostão, não havia gostado do seu serviço. Calma, Maria não é garota de programa, ela é uma fazedora de desenhos. O dinheiro, pelo menos aquele, era essencial para o plano de Maria.

Porão, música alta, suor e uma frustração misturada com revolta percorriam as veias de Maria. Ela decide conversar.

Expõe tudo sobre o estrangeiro a um outro estrangeiro que não era estrangeiro, este lhe ouvia, opinava discretamente e aproximava cada vez mais o seu rosto do dela. O suor descia pela nuca de Maria, sua cabeça girava, tudo estava realmente confuso naquele momento. Maria tinha um plano.

O estrangeiro que não era estrangeiro desapareceu daquele porão, Maria se afastara dele por um momento, um outro escutador estava presente e parecia mais atraente. Na verdade, esse outro escutador não precisava escutar nada, Maria nada queria lhe contar, apenas lhe beijar.

Maria, com o plano plenamente concebido em sua cabeça, decide ir embora, não é possível precisar se o outro escutador trocou beijos com ela ou não. Maria já estava no pé da escada.

Duas horas antes, a amiga de Maria, por telefone, lhe falou da festa no porão abafado, fazia um tempo que elas não se viam. No plano de Maria essa sua amiga era fundamental, pois é uma pessoa comunicativa e que sabe fazer amizades muito rapidamente.

No porão, já com a nuca e a testa suando, Maria encontrou sua amiga com um grupo de estrangeiros. No intervalo entre o primeiro e o segundo escutador as duas conversaram muito rapidamente sobre o plano. Somente três pessoas escutaram Maria naquela noite. Sua amiga gostou daquilo que chamou de um dos planos mais engenhosos para se conseguir algo tão exótico, Maria tinha imaginação, era o que lhe levava a crer ter acertado ao seguir a profissão de fazedora de desenhos, muito ao contrário do que pensava o estrangeiro caloteiro. A amiga lhe deu dois números de telefone e falou: "Amanhã às duas da tarde".

Trinta minutos depois, ali estava Maria no pé da escada e de repente o estrangeiro que não era estrangeiro surge e aproxima o seu rosto do modo que ele desejou a noite toda. Beijou Maria na boca. Maria correspondeu. Os dois estavam suados, ela um pouco mais que ele.

Um táxi, ruas desertas e dois amantes.

A madrugada avança, Maria e o estrangeiro que não era estrangeiro estão juntos num quarto, abraçados. Para ele foi um momento único, admirou a boca de Maria como nunca fizera antes com outra mulher e não cansava de sentir de perto aqueles olhos tão intensos.

Uma da tarde do dia seguinte.
Maria se veste, às duas terá que fazer as ligações.

Eles caminham pelas ruas, Maria conta aventuras de algumas viagens, ele a escuta e não pára de pensar nela.
A despedida é numa praça, seguem para lados opostos após um beijo, que jamais será esquecido por ele.

Apressadamente Maria dá prosseguimento ao seu plano.
No caminho até sua casa vem à sua mente um problema: o plano precisa de dinheiro, e ela contava com o valor do calote que levou.

(continua...)

[AGORA PENSE EM ALGO EXÓTICO E SUGIRA PARA O PLANO DE MARIA. ESCREVA NO COMENTÁRIO. Tyler Durden Fora do Caos TORCERÁ POR SUA IMAGINAÇÃO]

Um comentário:

vanessa reis disse...

mas você é bem doido, hein? desaforadamente doido!





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ah. isso é um elogio.